Materialidade & preservação

O suporte tangível e o tempo na preservação do patrimônio cultural

Autores

  • Haroldo Gallo

DOI:

https://doi.org/10.29147/2526-1789.DAT.2016v1i2p151-162

Palavras-chave:

Patrimônio cultural, preservação, materialidade, memória, identidade

Resumo

Este artigo, fundamenta-se na assertiva de que, genericamente, para conservar é preciso transformar, mas sem descaracterizar. Está centralizado nas relações que os materiais e a materialidade mantêm com a preservação. Trata do suporte tangível dos artefatos de natureza cultural e valor patrimonial, que tem a dimensão do tempo - relativo em sua essência -, como uma das principais referências e critério para a salvaguarda, preservação, conservação, bem como para as intervenções de restauro e reinserção desses artefatos na vida corrente. Parte da crescente presença, relevância e significado da questão patrimonial, bem como das extensões de suas bases conceituais e geográficas face às grandes transformações do ambiente humano, especialmente aquele edificado. Destaca as formas de relação e os sentimentos que se estabelecem com os artefatos culturais tangíveis e de suas dimensões monumentais e documentais. Identifica a prevalência e relativização do critério de autenticidade, contrabalançado pelo de identidade, e as expressões destes nas atuais recomendações fundantes da área. Defende uma postura de conservação ativa e imaginativa ao invés de nostálgica, como balizadora das ações de preservação sistemática do patrimônio para os bens formadores de memória e identidade das comunidades. Conclui que algumas coisas devem mudar ao longo do tempo, enquanto outras devem permanecer elas mesmas em sua substância e essência, apesar de transformadas.

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Publicado

2016-12-27

Como Citar

Gallo, H. (2016). Materialidade & preservação: O suporte tangível e o tempo na preservação do patrimônio cultural. DAT Journal, 1(2), 151–162. https://doi.org/10.29147/2526-1789.DAT.2016v1i2p151-162